Uma droga sem precedentes consegue atrasar a progressão da doença em até 80%.

Alzheimer

Esse foi o resultado de uma pesquisa publicada na Nature no dia 27 de julho deste ano.

Depois de muitas drogas falharem por décadas uma conseguiu ter sucesso na luta contra Alzheimer seu nome é lmtx.

Foram 30 anos de pesquisa até chegar num estudo clínico de fase 3 que possibilitou esse grande avanço.

Um estudo como esse baseia-se no fato de dar uma droga que está em teste para um certo grupo de pacientes e um outro grupo vai receber uma droga que já está no mercado para se comparar o efeito das duas.

Caso não exista nenhuma outra droga disponível no mercado é dado um placebo.

Até existem drogas para tratar Alzheimer, mas elas têm um efeito pouco importante.

No caso do lmtx o estudo envolveu 891 pacientes que já tinham sintomas desde leve a moderado da doença de alzheimer. Algumas dessas pessoas receberam lmtx sozinho enquanto outras já tomavam outras drogas para o Alzheimer e receberam o LMTX junto com essas drogas.

Um terceiro grupo recebeu um placebo, lembrando que nesses estudos nem os pesquisadores nem os pacientes sabem que droga estão tomando, para evitar interpretações tendenciosas.

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No final do estudo, que durou 15 meses, a capacidade mental dos pacientes foi avaliada e viram que os pacientes que tomaram lmtx sozinho tiveram uma melhora significativa na capacidade cognitiva ,de memória e tiveram uma deterioração cerebral menor do que aqueles que tomaram a droga junto com outras ou que tomaram placebo.

Isso significa na palavra dos pesquisadores que o lmtx conseguiu atrasar a progressão do alzheimer em até 80% nesses pacientes.

Traduzindo, eles conseguiram comer melhor, fazer tarefas do dia a dia e se vestirem. Coisas que são difíceis normalmente para quem já está num estágio avançado do alzheimer.

Aqueles que tomaram o lmtx ficaram mais envolvidos com suas famílias. Houve relatos de casais que passaram a se relacionar amorosamente, uma esposa de um paciente disse que ele se levantou da cama de forma inesperada e foi cortar grama do jardim uma coisa que ele devia ter feito há muito tempo.

Tomografias mostraram uma redução na atrofia cerebral de 33 a 38 por cento dos pacientes quando comparados com placebo.

Isso não significa que o lm tx é a cura para o alzheimer, ele está apenas atrasando a progressão da doença. Mas vale frisar que isso é um estudo de fase 3 ou seja todos os testes de toxicidade já foram feitos os testes de dose ideal já foram feitos e viram que a droga teve efeito significativo nas fases 1 e 2.

Ela é segura para ser usada e tendo sucesso na fase 3, promete ser uma droga muito boa para o tratamento do alzheimer. É uma grande vitória na luta contra essa doença.

Por que essa droga tem mostrado eficácia enquanto a maioria das drogas falha na fase 3?

A principal diferença é que o LMTX tem como alvo as proteínas TAU. Essas proteínas formam emaranhados no cérebro que acabam causando lesão nos neurônios gerando toxicidade aos neurônios, matando eles.

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Ninguém sabe por que esses emaranhados se formam, apenas existem teorias.

Uma outra causa para o alzheimer é o acúmulo de proteínas beta-amiloides também ainda não entendido.

As outras drogas têm como alvo essas proteínas beta-amiloides e não tiveram tanto sucesso como LMTX.

É a primeira droga que ataca a proteína tau e tem sucesso e é por isso que essa informação é tão relevante.

Essa pesquisa também sugere que os sintomas do alzheimer, como perda de memória e deficiência na cognição podem ser causados pela proteína tau. Se você está usando uma droga que tem como alvo a proteína tau, e os sintomas melhoram, pode ser que os sintomas são causados por essa proteína.

Enfim o futuro é muito promissor para o alzheimer, principalmente depois que uma droga como essa foi descoberta, estudada e pesquisada só que tem uma coisa que eu não contei para vocês.

Nesse estudo uma boa parte dos pacientes não teve nenhum resultado, nenhuma melhora e foram exatamente os pacientes que receberam o LMTX junto com outras drogas.

Os pesquisadores sugeriram que isso foi devido ao fato de que as outras drogas que esses pacientes já estavam tomando, funcionam retirando toxinas no cérebro e podem ter interagido com o LMTX retirando ele do cérebro e não deixando ele agir.

A pesquisa vai continuar e temos que aguardar. Não é da noite para o dia que vai aparecer uma cura para o alzheimer que é uma doença muito complexa.